Nem sempre o que é bom para um casal é bom para outro. É importante para o casal que está procurando ajuda para engravidar ter em mente que os diagnósticos são variados e os tratamentos também. Nem toda endometriose é igual e nem toda alteração masculina tem o mesmo tratamento. Se aquele casal amigo, portador de obstrução tubárea conseguiu engravidar somente depois de três tentativas de fertilização in vitro, não significa que isso também vai acontecer com você que também tem trompas obstruídas.
Existem algumas situações em que o prognóstico é mais sombrio, ou seja, as chances de conseguir uma gestação se torna menor. A idade da mulher é um fator importante. Para uma mulher com idade superior a 35 anos o tratamento deve ser mais criterioso. Para esses casos não se deve insistir muito com indução de ovulação ou mesmo inseminação intra-útero, que apresentam chances de sucesso próximo de 15%. Se não se obtém sucesso depois de algumas tentativas, devem-se procurar soluções mais promissoras (FIV ou ICSI). De um modo geral, até os 30 anos de idade, as chances de se obter gravidez é 45 a 50%; dos 30 aos 35 anos de idade, essa chance diminui para 40 a 45%; dos 35 aos 40 anos de idade, a chance de sucesso é ao redor de 30 a 40%; dos 40 aos 42 anos de idade é ao redor de 20% e após os 42 anos de idade a possibilidade de sucesso é menor que 10%.
Quanto maior o tempo que o casal está tentando uma gestação, pior é o prognóstico, pois provavelmente mais fatores indesejáveis e graves devem estar contribuindo para a dificuldade em engravidar. Outras causas devem ser investigadas como alterações masculinas, endometriose, anovulação, etc.
Todo casal que está há mais de um ano desejando ter filhos e não consegue, deveria ser submetido à pelo menos uma investigação básica de infertilidade. A investigação nem sempre é rápida e o casal deve estar ciente que alguns exames diferentes dos habituais serão necessários. É importante lembrar que a investigação é sempre do casal, ou seja, do homem e da mulher. Essacumplicidade deve existir desde a investigação e tornar-se ainda mais forte quando se cogitar o tratamento. Há algumas situações, entretanto, onde a investigação poderá se iniciar antes mesmo desse período básico de um ano, tais como:mulheres com mais de 35 anos de idade, antecedentes de doença inflamatória pélvica, endometriose, cirurgias abdominais, distúrbios menstruais (menstruação irregular ou ausente). Homens com antecedentes de criptorquidia (testículos que “não desceram para a bolsa escrotal” na infância) ou história de traumas ou infecções testiculares.
Sempre a história clínica é importante. Antes de se iniciar a investigação complementar (exames laboratoriais) é fundamental conhecer os antecedentes da mulher e do homem. Para a mulher algumas informações serão de fundamental importância, como: duração da infertilidade, tratamentos prévios, história sexual, hábitos de vida (principalmente tabagismo), antecedentes de cirurgias e infecções, uso de medicamentos, idade da primeira menstruação, padrão menstrual (intervalo, duração e quantidade da menstruação), presença de dor menstrual, tensão pré-menstrual, gestações anteriores, etc.
Como sempre, o diagnóstico precoce oferece melhores resultados terapêuticos e a demora excessiva pode custar muito caro.
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